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terça-feira, 4 de junho de 2013



Watchman Nee em seu livro "A vida cristã normal" apresenta um estudo da Carta de Paulo aos Romanos
Chamo a atenção para os capítulos 6,7 e 8 de Romanos, ali aprendemos como se faz necessário que não só nossos pecados sejam tratados, mas o pecador seja tratado. E aí que entra a cruz de Cristo. Não somos pecadores porque cometemos pecados e sim pecamos por sermos pecadores. É mais por constituição do que por ação. Há pecadores maus e pecadores bons, pecadores morais e pecadores corruptos, mas todos são igualmente pecadores. O problema não é no que fazemos, mas no que nós somos. A cruz nos liberta daquilo que somos.Como ela atua?Explica Nee:

Há quatro condições ou passos que precisamos entender claramente:
1o. Sabendo
2o. Considerando-nos
3o. Oferecendo-nos a Deus
4o. Andando no Espírito
Vamos ver cada um deles em sua ordem.

1) Sabendo

“...sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado.” Rm6:6

Em primeiro lugar precisamos saber que fomos crucificados com Cristo e para isso responderemos as seguintes perguntas:
- Quem foi crucificado
- Quando fomos crucificados

Sabendo isto estaremos eliminando o primeiro passo ou condição para desfrutarmos daquilo que temos no Senhor e sermos vitoriosos no Senhor.

a- Quem foi crucificado. Há muita confusão a esse respeito pois alguns confundem o pecado com o velho homem, com o ego e etc. Precisamos saber quem é o alvo da crucificação. A Palavra de Deus diz que o pecado habita em nós (Romanos 7:20). Paulo fala isso no tempo presente demonstrando que ele, mesmo sendo um discípulo, tinha “o pecado”. Portanto, por eliminação, vemos que o pecado não é crucificado. Quem então é crucificado? É o empregado do pecado que é crucificado e esse empregado é o velho homem. O próprio texto diz isso: sabendo isto que o nosso velho homem foi crucificado com Ele. (v 6) E ainda mais: para que o corpo do pecado fosse desfeito.(v 6b). Veja que o alvo não é o pecado como princípio ativo produtor de pecados e sim o servo do pecado que é o velho homem. O que é o velho homem? Quando não conhecíamos o Senhor não nos preocupávamos se estávamos agradando ou não a Deus; não fazia, para nós, a menor diferença se o que fazíamos agradava ou ofendia a Deus. Esse é o velho homem em quem o pecado tinha toda liberdade de agir. Esse é o alvo da crucificação.

b- Quando fomos crucificados. Esse ponto é chave para alicerçarmos nossa fé no Senhor. Primeiramente precisamos entender que a cruz é um instrumento de morte. Ninguém sai vivo da cruz; quando se passa pela cruz se tem a certeza que tal pessoa jamais viverá. O versículo diz que fomos crucificados e não que seremos crucificados. Portanto já sabemos que, pela Palavra, foi no passado. Porém quando no passado? O mesmo capítulo de Romanos diz: Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, 6:3,4. Fomos mortos no batismo! A cruz é um instrumento de morte e ela operou no batismo. Não podemos deixar de saber disso. Esse foi um momento crucial de nossa vida com Deus, por isso não podemos deixar de encarar com seriedade.

Muitos, por não saberem disso ficam pedindo continuamente para que Deus os coloque na cruz. Objetivamente isso já ocorreu. Nosso velho homem foi crucificado para que andemos nós também em novidade de vida v.4b. É claro que há um outro aspecto da cruz descrita por Jesus que é subjetiva, mas isso veremos mais adiante.

2) Considerando-se

"Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus." Rm6:11
Veja que estamos seguindo a ordem natural do capítulo seis de Romanos, onde vemos que primeiro precisamos saber para depois considerar-nos. Infelizmente, quando se trata desse assunto a ênfase é no considerar sem ver que há uma ordem no texto: primeiro SABER depois CONSIDERAR. Não adianta ficarmos declarando para nós mesmos que estamos crucificados se não soubermos que isso já aconteceu; considerar-se não é isso. O que é então considerar?
Considerar é:
a) No grego é atribuir, imputar, dando a idéia de fazer as contas. Portanto entendemos que, de maneira exata, não precisamos só saber, mas temos que tomar uma atitude e essa atitude é de considerar que a nossa inclusão na crucificação de Jesus é um fato verdadeiro. Nunca olhar para nós mesmos, mas para o que Cristo fez por nós em nossa inclusão nEle.
b) Ter fé prática. Aplicar o que sabemos acerca de nossa crucificação, crendo diariamente nisso e não dando ouvidos aos sussurros acusadores do diabo.

Vamos sempre lembrar que não estamos lidando com promessas e sim com fatos. As promessas de Deus nos são reveladas pelo Espírito, afim de que nos apropriemos delas; os fatos, porém, permanecem fatos, quer creiamos neles ou não. Qualquer coisa que contradiga a Palavra de Deus deve ser considerada mentira do diabo. Estamos, pelo batismo, mortos em Cristo, quer sintamos ou não. 

3) Apresentando-nos

"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça." Rm6:12,13
Agora, na mesma seqüência do capítulo seis de Romanos, estamos no terceiro passo que é apresentar-nos. Quando realmente sabemos que fomos crucificados com Ele, então espontaneamente me considero morto (vs. 6 e 11) e quando sei que ressuscitei com Ele de entre os mortos então considero-me vivo para Deus em Cristo Jesus (vs. 9 e 11). Quando chegamos então a esse ponto podemos então apresentar os nossos membros como instrumento de justiça. Deus não aceita a consagração da velha natureza. Nada que venha de Adão é aceitável a Deus, porém agora temos uma outra natureza e é essa que eu apresento a Deus como rediviva dentre os mortos.
O que é, basicamente, apresentar-nos?
a) Ser separado para o Senhor. Quando algo era consagrado no AT não podia mas ser usado para nada a não ser para o Senhor. Nossas mãos não nos pertencem, nossos pés não podem andar para onde eu quero porque não são meus, são instrumentos de justiça.
b) Pois assim como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da iniqüidade para iniqüidade, assim apresentai agora os vossos membros como servos da justiça para santificação. Romanos 6:19 Apresentar-se é a verdadeira santificação no sentido objetivo. Deve ser um ato inicial e fundamental, feito na porta. Depois, dia a dia, devemos prosseguir, dando-nos a Ele, sem nos queixar do uso que Ele faz de nós, mas aceitando, com grato louvor, mesmo aquilo contra o qual a carne se revolta. Esse é o caminho da cruz.

Vamos, então, ter essa atitude diária de oferecer-nos a Deus como redivivos dentre os mortos.

4) O Andar no Espírito

"Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado, para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser;" Rm8:3-7
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo." Ef5:18-21
Portanto quando somos cheios do espírito podemos, com maior tranqüilidade sabermos que estamos descansando nEle e que assim andamos no Espírito. E já sabemos qual é o fruto de tudo isso.
"Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”Gl 5:16-18; 22-25

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