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sábado, 13 de julho de 2013

Por que Deus quer que oremos?


Não oramos para que Deus descubra as nossas necessidades, pois diz-nos Jesus:

“... Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais” (Mt 6.8).

Deus quer que oremos porque a oração exprime a nossa confiança em Deus, e é um meio pelo qual nossa confiança nele pode crescer. De fato, talvez a principal ênfase da doutrina bíblica da oração é que devemos orar com fé, o que significa confiar em Deus ou dele depender. Deus, como nosso Criador, se deleita ao ver que nós, suas criaturas, nele confiamos, pois a atitude de dependência ou confiança é a mais apropriada numa relação Criador/criatura. Orar com humilde confiança também indica que estamos genuinamente convencidos da sabedoria, do amor, da bondade e do poder de Deus — na verdade de todos os atributos que compõem o seu excelente caráter. Quando oramos sinceramente, nós, pessoas, na totalidade do nosso caráter, nos relacionamos com um Deus pessoal, na totalidade do seu caráter. Assim, tudo o que pensamos ou sentimos em relação a Deus se expressa na nossa oração. Nada mais natural que Deus se deleite com essa atividade, e assim a enfatize bastante no seu relacionamento conosco.

As primeiras palavras da Oração Dominical, “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6.9), reconhecem nossa dependência de Deus, um Deus que é Pai amoroso e sábio, e também reconhecem que ele tudo governa do seu trono celeste. As Escrituras muitas vezes enfatizam a necessidade de confiarmos em Deus ao orar. A oração eficaz é possível por intermédio de nosso Mediador, Jesus Cristo. Como somos pecadores, e Deus é santo, não temos direito nenhum, por nós mesmos, de comparecer perante ele. Precisamos de um mediador que aja entre nós e Deus e nos leve à presença de Deus. As Escrituras claramente ensinam:

“Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5).

O que é orar “em nome de Jesus”? Diz Jesus:

“Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13-14).
Diz também que escolheu seus discípulos
“a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda” (Jo 15.16).
Igualmente, diz:
“Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la concederá em meu nome. Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa” (Jo 16.23-24; cf. Ef 5.20).
Devemos orar a Jesus e ao Espírito Santo? Uma investigação das orações do Novo Testamento indica que geralmente não são dirigidas nem a Deus Filho nem ao Espírito Santo, mas a Deus Pai. Porém, o mero cômputo dessas orações pode ser enganador, pois a maioria das orações que temos registradas no Novo Testamento são do próprio Jesus, que constantemente orava a Deus Pai, mas logicamente não orava a si mesmo, Deus Filho. Além disso, no Antigo Testamento, a natureza trinitária de Deus não estava tão nitidamente revelada, e não é surpreendente o fato de não encontrar muitas evidências de orações dirigidas diretamente a Deus Filho ou ao Espírito Santo de Deus antes do tempo de Cristo.
O papel do Espírito Santo nas nossas orações. Em Romanos 8.26-27, diz Paulo:

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobre-maneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.”

Os intérpretes divergem sobre se os “gemidos inexprimíveis” são do próprio Espírito Santo ou nossos próprios gemidos e suspiros na oração, que o Espírito Santo transforma em oração eficaz perante Deus. Parece mais provável que os “gemidos” ou “suspiros” aqui sejam os nossos gemidos. Quando Paulo diz: “O Espírito [...] nos assiste em nossa fraqueza” (v. 26), a palavra traduzida por “assiste” (gr. sunantilambanomai) é a mesma usada em Lucas 10.40, onde Marta quer que Maria venha ajudá-la. A palavra não indica que o Espírito Santo ora em nosso lugar, mas que o Espírito Santo se une a nós e torna eficaz a nossa fraca oração. Assim, é melhor interpretar esse suspirar ou gemer na oração como suspiros e gemidos nossos, exprimindo os desejos do nosso coração e do nosso espírito, que o Espírito Santo então transforma em oração eficaz. 

Extraído de: Teologia Sistemática. Wayne Grudem, Edições Vida Nova.


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