O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS
Devemos receber totalmente em nossos corações as verdades
sobre o Reino de Deus. Mente
e coração serão tomados do conhecimento
da glória que há no propósito do Senhor. O propósito (alvo, meta) é que vai
direcionar todo o nosso comportamento, trabalho, ênfase, enfoque e maneira de
agir. Se quisermos verdadeiramente cooperar com Deus, devemos conhecer bem seus
desejos, seu propósito, seu coração. Tudo
o que fizermos, só terá valor eterno, na medida em que cooperar com o propósito
de Deus
Por anos, muitos cristãos têm vivido sem conhecer qual é o
propósito (objetivo) de Deus para com suas vidas. Muitos têm crido, equivocadamente, que nossa
meta como cristãos é chegar aos céus. Baseiam-se para isso em textos como os de
I Timóteo 2:3-4; II Pedro 3:9 e ainda João 3:16. Vendo a Bíblia com um enfoque humanista, (isto é, o homem no
centro), concluem que o propósito de Deus é a salvação dos homens. Tudo gira em
torno do homem e de suas necessidades.
Esta visão equivocada ocorreu porque sempre víamos o
propósito de Deus começando com a queda
do homem. Em Rm
5:12 “Portanto, assim como por um só homem ( Adão
) entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou
a todos os homens, porquanto todos pecaram”. Em Gênesis 3:1-17 vemos como esta doença entrou na raça humana:
“Ora, a serpente
era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito.
E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos
comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não
comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à
mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes
desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o
mal. Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável
aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu
fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu. Então foram
abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas
de figueira, e fizeram para si aventais”.
·
O homem tinha comunhão perfeita com
Deus
·
Relacionamento, alegria, sem
preocupações, abundância.
·
O que o diabo ofereceu ? à
Entendimento
·
Arriscaram tudo e desobedeceram pela
oportunidade de viver por conta própria.
·
Eu vou ser o meu deus. à
Independência de Deus
Ao pecar o homem se
tornou independente e por isso inútil para o propósito de Deus.Sendo assim, como o homem está perdido,
a salvação do homem se tornou o centro do propósito eterno de Deus. Aqui estava
o erro e aqui devia ser feita a correção. É claro que Deus quer salvar a todos
os homens. Isto vemos claramente nos textos de I Timóteo 2:3-4; II Pedro 3:9 e
João 3:16. Mas nós não devemos confundir aquilo que Deus deseja com o que é o
seu propósito.
Ø O propósito de Deus não surgiu com a
queda do homem, é algo que já estava em seu coração desde antes da fundação do
mundo (Efésios 1:4,11).
Então podemos argumentar da seguinte forma: se antes da
fundação do mundo Deus tinha o propósito de salvar o homem, e fez o homem para
cumprir este propósito, então Deus é cúmplice do pecado. Deus necessitava que o
homem pecasse para poder cumprir o seu propósito. Quando Deus disse: "Não coma deste fruto", na verdade,
Ele queria que o homem comesse e pecasse, e ficasse perdido e em trevas, para,
então, poder cumprir com seu propósito de salvar os homens.
Tudo isso é uma grande contradição. É claro que Deus quer salvar os homens, mas
isto foi necessário por causa da queda. Entretanto, necessitamos conhecer a
primeira intenção de Deus, o propósito que Ele tinha em seu coração quando fez
o homem, pois seu propósito é imutável.
DEUS NÃO MUDOU DE PROPÓSITO POR CAUSA DA QUEDA.
"Também disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Gênesis
1:26. A intenção de Deus ao criar o homem era de ter uma grande família de
muitos filhos à sua própria imagem, e encher
a terra com uma família que expressasse a sua glória e autoridade (Gênesis
1:27-28).Como Adão tinha sido criado à imagem de Deus, e cada ser se
reproduzia segundo a sua própria espécie, quando Adão e Eva se multiplicassem,
reproduziriam filhos a imagem de Deus.
Todos nós conhecemos a triste história. O pecado de Adão foi
uma intromissão violenta e diabólica no propósito de Deus. Por meio dele o
homem se tornou culpado, alvo da ira de Deus, merecedor de castigo eterno,
expulso da presença de Deus e sem comunhão com Ele. "O salário do pecado é a morte".
Mas houve uma conseqüência ainda maior. O problema não foi
apenas que o homem se tornou culpado diante de Deus, mas também a sua própria
natureza se "estragou", se corrompeu. O homem perdeu a imagem de
Deus, tornou-se numa outra criatura. Não era mais o mesmo homem, era um homem
morto para Deus; inútil para cumprir seu propósito.
Já sabemos que cada ser se reproduz segundo a sua própria
espécie. Portanto, quando Adão se corrompeu, toda a sua descendência ficou
arruinada. (Gênesis 5:3; Romanos 5:12).
Embora o homem pecasse, Deus não mudou o seu propósito
inicial. Deus não tem diversos planos, nem muitos propósitos; não criou um novo
alvo, nem abriu mão do que queria desde o princípio.
Deus necessita agora criar uma nova raça, porque todos os
descendentes do primeiro homem ficaram inúteis para o seu propósito. Como fez
isso?
"O
primeiro homem, Adão, foi feito ser vivente. O último Adão, porém, é espírito
vivificante. Mas não é primeiro o espiritual e, sim, o natural; depois o
espiritual. O primeiro homem, formado da
terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o
terreno, tais são também os demais homens terrenos; e como é o homem celestial,
tais também os celestiais."
I Coríntios 15:45-48
Pelo nascimento natural (de carne e sangue), pertencemos a
raça de Adão, estragada e inútil. Mas pelo novo nascimento nos tornamos
participantes da raça celestial.
Adão perdeu a imagem de Deus porque foi rebelde (Gênesis
3:1-7). Jesus, que é a imagem do Deus invisível (Colossenses 1:15), sempre fez
a vontade do Pai (João 4:34), e em tudo lhe agradou (João 8:29), foi obediente
até a morte (Filipenses 2:8).
Todo o homem que crê naquele que o Pai enviou (João 6:29),
nega-se a si mesmo e toma a sua cruz (Mateus 16:24), perde a sua vida (Mateus
16:25), recebe o senhorio de Jesus Cristo (Romanos 10:9) e se batiza em Jesus
Cristo (Marcos 16:16), este se torna uma nova criatura (II Coríntios 5:17),
recebe a natureza de Deus (II Pedro 1:4) e recebe a imagem daquele que o criou
(Colossenses 3:10).
Toda a glória do plano de Deus havia se perdido no pecado.
Mas Deus Pai não desistiu. Qual a sua esperança? "Cristo em vós, a esperança da
glória" (Colossenses 1:27).
No livro Autoridade Espiritual de Watchmam Nee temos uma
bela e explicação acerca da restauração do propósito de Deus a partir de texto na
carta do Apostolo Paulo aos Filipensaes , vejamos:
Tende
em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo
em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si
mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tor-nando-se em semelhança de
homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou
sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp.
2:5-11).
Assim
explicou Watchmam
Nee: “ A passagem de Filipenses 2 é dificílima de explicar, pois é
muitíssimo controvertida além de ser muitíssimo santa. Vamos descalçar nossos
pés e pisar terreno santo recapitulando esta passagem bíblica. Parece que no
princípio houve um conselho da Divindade. Deus idealizou um plano para a
criação do universo. Nesse plano, a Divindade concordou que a autoridade fosse
representada pelo Pai. Mas a autoridade não pode ser estabelecida no universo
sem a obediência, pois não pode existir sozinha. Portanto, Deus tem de
encontrar a obediência no universo. Seriam criados dois tipos de seres vivos:
os anjos (espíritos) e os homens (almas viventes). De acordo com sua
onisciência, Deus previu a rebelião dos anjos e a queda dos homens; por isso
não lhe foi possível estabelecer sua autoridade nos anjos ou na raça adâmica.
Consequentemente, dentro do acordo perfeito da Divindade, essa autoridade seria
atendida pela obediência no Filho. A partir daí começaram as operações
distintas de Deus Pai e Deus Filho. Um dia Deus Filho se esvaziou e, tendo
nascido em semelhança de homem, tornou--se o símbolo da obediência.
Considerando que a rebeldia surgiu nos seres criados, a obediência teria agora
de ser estabelecida num ser criado. O homem pecou e se rebelou; por isso a autoridade
de Deus tem de ser estabelecida na obediência do homem. Isto explica por que o
Senhor veio ao mundo e foi feito igual ao homem criado.
O nascimento de nosso
Senhor é na realidade o aparecimento de Deus. Em lugar de permanecer como Deus
com autoridade, colocou-se ao lado do homem, aceitando todas as limitações do
homem e assumindo a forma de escravo. Ele enfrentou o possível perigo de não
ser capaz de retornar com glória. Se desobedecesse na terra como homem, ainda poderia
reclamar o seu lugar na Divindade usando de sua autoridade original; mas,
nesse caso, teria para sempre que-brado o princípio de obediência. Havia duas
formas de o Senhor retornar: uma era obedecendo absolutamente e sem reservas
como homem, estabelecendo a autoridade de Deus em todas as coisas, em todas as
ocasiões, sem o menor toque de rebeldia; assim, passo a passo, através da
obediência a Deus, tornar-se-ia o Senhor de tudo. A outra seria forçando o seu
caminho de volta, reclamando e usando a autoridade, o poder e a glória de sua
divindade, se considerasse a obediência impossível através da fraqueza e
limitações da carne humana. Mas o Senhor ignorou o segundo caminho e trilhou
humildemente o caminho da obediência — até a morte. Tendo-se esvaziado,
recusou voltar atrás. Ele jamais tomaria um caminho assim ambíguo. Se o Senhor
falhasse no caminho da obediência, depois de renunciar sua glória e autoridade
divinas, assumindo a forma de escravo, jamais teria novamente retornado com
glória. Só através da obediência como homem é que ele retornou. Assim ele
retornou com base na obediência perfeita e singular. Embora sacrifício fosse
acrescentado a sacrifício, ele demonstrou obediência absoluta, sem o menor
toque de resistência ou rebeldia.
Consequentemente, Deus
o exaltou grandemente e o fez Senhor quando retornou à glória. Não foi Jesus
que se encheu com aquilo de que uma vez se esvaziara; antes, foi Deus Pai. Foi
o Pai que trouxe este Homem de volta à glória. E, assim, Deus Filho
também é agora Jesus Homem em seu retorno à glória. Por causa disto, o nome de Jesus é
preciosíssimo; não há ninguém no universo igual a ele. Quando na cruz exclamou
"Tudo está consumado!", proclamou não somente a consumação da
salvação mas também o cumprimento de tudo o que seu nome significa. Portanto,
ele obteve um nome que está acima de todo nome, e diante do seu nome todo
joelho deverá se dobrar e toda língua deverá confessar que Jesus é Senhor.
Doravante, ele é Senhor bem como Deus. Ser Senhor fala do seu relacionamento
com Deus, de como foi recompensado por Deus. Ser Cristo revela o seu
relacionamento com a igreja.
Resumindo, então:
quando o Filho deixou a glória não pretendia retornar com base nos seus
atributos divinos; pelo contrário, desejou ser exaltado como homem. Desta
maneira, Deus confirmou seu princípio de obediência. Como é imprescindível
que sejamos totalmente obedientes sem o mais leve traço de rebeldia! O Filho
retornou ao céu como homem; foi exaltado por Deus depois que obedeceu na
semelhança de homem. Vamos encarar este grande mistério da Bíblia. Quando se
despediu da glória e se revestiu da carne humana, o Senhor determinou não
regressar por virtude de seus atributos divinos. E tendo jamais dado o menor
sinal de desobediência, foi exaltado por Deus com base em sua humanidade. O
Senhor abandonou a sua glória quando veio; mas quando retornou, não só recebeu
de volta essa mesma glória, mas recebeu ainda glória muito maior.
Que nós também
tenhamos esta mente que havia em Cristo Jesus. Vamos todos trilhar o caminho do Senhor e
nos apegar à obediência tornando muito nosso este princípio da obediência.
Sujeitemo-nos uns aos outros. Tendo uma vez entendido este princípio não
teremos dificuldade em discernir que nenhum pecado é mais sério do que a rebeldia
e nada é mais importante do que a obediência. Só no princípio da obediência
podemos servir a Deus; só obedecendo como Cristo obedeceu podemos reafirmar o
princípio divino da autoridade, pois a rebeldia é a operação do princípio de Satanás.”
Autoridade Espiritual por Watchman Neee. Editora Vida.
A obra redentora de Cristo Jesus é algo tão tremendo, tão
maravilhoso, que corremos o risco de vê-la como se fosse o todo. Esta salvação
é tão grandiosa que temos a tendência de confundi-la com o próprio propósito de
Deus. Mas não é assim. Jesus Cristo, o admirável Filho de Deus, com sua obra
redentora, deu uma nova vida ao homem, restaurando-lhe a comunhão com o Pai. E
também deu a Deus os recursos de infinita graça, para que ele continue com o
seu plano eterno. A redenção efetuada por Jesus Cristo e encarnada pela igreja,
é O MEIO para Deus restaurar todas as coisas, e assim concluir seu propósito.
A redenção nunca poderia ser UM FIM em si mesma, mas apenas
UM MEIO de graça para consertar um grande erro.
Para Paulo, a redenção nunca foi o propósito de Deus. Ele entendia que o
propósito de Deus era a família eterna (Efésios 1:4-5; Romanos 8:28-29). Uma
família perfeita em Cristo (Filipenses 3:12-14). Sua obra para o Senhor NÃO
CONSISTIA EM BUSCAR APENAS A REDENÇÃO DO HOMEM, MAS EM APRESENTAR ESTE HOMEM A
DEUS, RESTAURADO À IMAGEM DE JESUS CRISTO (Colossenses 1:28).
"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados SEGUNDO O SEU
PROPÓSITO. Porquanto aos que de antemão
conheceu, também os predestinou para serem CONFORMES A IMAGEM DE SEU FILHO, a
fim de que Ele seja o primogênito entre MUITOS
IRMÃOS". Romanos 8:28-29
Este texto nos mostra com clareza que Deus quer UMA FAMÍLIA
DE MUITOS FILHOS SEMELHANTES A JESUS. Vejamos por etapas:
ü
UMA FAMÍLIA.
Isto nos fala da UNIDADE. Este é um requisito indispensável para o
cumprimento do propósito de Deus. Embora isto não esteja enfatizado no texto
acima (nem seria necessário), porque filhos a imagem de Jesus não podem ser
brigões e facciosos, está claro em outras passagens como: João 17:20-22; I
Coríntios 1:10-12; 3:1-4; 10:16-17; Efésios 2:14-16; 3:15; 4:1-6, 12-16; Filipenses 1:27; 2:1-4.
ü
DE MUITOS FILHOS: Isto nos fala de MULTIPLICAÇÃO.
Discípulos fazem discípulos, etc. (Mateus 28:18-20).
ü
SEMELHANTES A JESUS.
Isto nos fala da EDIFICAÇÃO. Não
é suficiente que sejam muitos; é necessário que tenham qualidade de vida
(Efésios 1:4-5; II Coríntios 3:18; Efésios 4:13). Portanto, entendemos que o
propósito de Deus envolve a MULTIPLICAÇÃO de vidas que vão ser edificadas em
UNIDADE, para crescerem até a ESTATURA DE JESUS CRISTO.
".. até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo". Efésios 4:13